Imagem cedida para fins jornalísticos
A cena ainda é comum: advogados que se preparam para audiências tensas, petições extensas e decisões judiciais disputadas em longas batalhas legais. Mas, nos bastidores do Direito de Família, um movimento silencioso vem ganhando força — e tem transformado a maneira como muitos profissionais encaram a advocacia: menos litígio, mais escuta. Menos embate, mais reconstrução.
É nesse contexto que atua Jordana Shimada Trajano Lara, advogada especializada em Direito de Família que tem chamado atenção por uma abordagem que mistura técnica jurídica, inteligência emocional e ferramentas de autoconhecimento.
“Soluções legais podem ser rápidas, mas não necessariamente resolvem o problema real”, explica Jordana. “Muitas vezes, o que está em jogo é mais profundo: são vínculos, mágoas, traumas familiares. Não dá para ignorar isso quando o objetivo é realmente ajudar.”
A visão dela representa uma tendência crescente dentro do Direito: o movimento da advocacia humanizada, que aposta na escuta ativa, na mediação de conflitos e na comunicação não violenta como ferramentas complementares ao saber jurídico. Essa abordagem não substitui o Direito, mas o amplia — oferecendo caminhos menos traumáticos, principalmente em situações de divórcio, guarda de filhos e partilha de bens.
Em vez de estimular disputas, profissionais como Jordana buscam facilitar acordos conscientes, onde os envolvidos são tratados como pessoas inteiras — e não apenas como “partes” de um processo. Ela se especializou em áreas como Constelação Familiar Sistêmica e Análise Comportamental, e atua também como mentora de outros advogados que desejam adotar práticas mais empáticas.
“Não é sobre ser menos técnica, mas sobre ser mais completa. A escuta, o cuidado com a comunicação, a leitura emocional do contexto familiar — tudo isso melhora a tomada de decisão jurídica”, explica.
Além de sua atuação no Direito, Jordana também é sócia do AJA Coworking, um espaço voltado para empresas que compartilham estrutura e fortalecem conexões entre áreas diversas, como consultoria jurídica, treinamentos corporativos, desenvolvimento sistêmico e comunicação. Mais do que um local de trabalho, o coworking funciona como uma plataforma de colaboração entre negócios com propósitos alinhados.
Embora ainda minoritária, essa nova advocacia tem ganhado espaço, sobretudo entre mulheres profissionais, que buscam formas mais coerentes de equilibrar vida pessoal, carreira e propósito. Jordana é mãe de dois filhos, e considera que a maternidade ampliou sua capacidade de escuta e empatia. “Ser mãe me ensinou que o cuidado transforma. Isso vale para casa e para o escritório.”
O crescimento desse tipo de atuação também responde a uma demanda social: famílias que não querem mais sair destruídas de um processo jurídico. Segundo o IBGE, o Brasil registra mais de 370 mil divórcios por ano. Em muitos deles, há filhos, bens, empresas, mágoas — e pouca escuta. É nesse vácuo emocional que a nova advocacia encontra espaço para atuar com mais presença e significado.
Em tempos de excesso de judicialização, a prática de Jordana revela um caminho alternativo: um Direito mais voltado à reconstrução do que ao confronto. Um caminho onde a justiça começa pela escuta.
Para acompanhar seu trabalho, reflexões e conteúdos sobre Direito de Família humanizado, Jordana compartilha atualizações em seu perfil: @jordana.trajano.comunicacao
|