O óleo essencial de hortelã-pimenta é um dos indicados para ajudar quem sofre de anosmia. Crédito: Divulgação.
Muito tem se falado da perda de olfato como um sintoma da Covid-19, mas pouco se fala sobre a perda de um dos sentidos mais importantes para o bem estar do ser humano.
A perda do olfato, ou anosmia, termo técnico para descrever essa condição, tem sido assunto comum, devido à pandemia da Covid-19, que é retratada com frequência na mídia. Por isso, a maioria das pessoas já sabe os sintomas que caracterizam a infecção: tosse seca, febre, cansaço, dor de garganta, dor de cabeça. Diante de algumas dessas manifestações, a perda do olfato, presente nessa lista como um dos sinais menos comuns, é vista como um mero inconveniente, algo que é incômodo, mas preferível.
No entanto, ainda que pareça menos desconfortável do que outras formas menos severas de manifestação da Covid-19, a perda do olfato ainda deve ser considerada com muito cuidado, uma vez que estudos mostram que a recuperação total do sentido pode levar até 60 dias. E a Covid-19 não é a única culpada pela condição, que pode ser congênita ou estar relacionada a fatores como tumor no cérebro, infecções virais em geral, uso de drogas, entre outras causas.
O aromaterapeuta e psicólogo, André Ferraz, destaca que a anosmia pode causar problemas que vão desde o incômodo pela perda da sensibilidade olfativa, até a incapacidade de perceber um vazamento de gás ou um incêndio e, além disso, afetar as emoções da pessoa que sofre da condição, mesmo que temporariamente: “Nos seres humanos o olfato participa diretamente do equilíbrio das emoções e, consequentemente, das glândulas que comandam os hormônios”, explica.
Diversos estudos já foram publicados, demonstrando a importância do olfato para o bem estar físico e mental. Alguns desses estudos destacam a relação entre perda olfativa e depressão. Outros destacam que a estimulação do olfato, através de certos aromas podem ajudar a aliviar aflições como insônia, ansiedade e, novamente, a depressão. Além disso, a perda do olfato pode sinalizar muitas questões de saúde correlatas.
André, que se dedica há mais de 10 anos ao estudo da aromaterapia, conta que a sociedade moderna é tomada por cheiros sintéticos, e sua relação com o olfato vem se degradando há algum tempo: “O olfato é o sentido humano mais subjugado. Por milhões de anos de evolução, o cheiro natural foi o padrão do nosso olfato, mas nos últimos 100, 50 anos, o ser humano aprendeu a usar essências sintéticas o que acabou atrapalhando muito a relação natural com o olfato.”
Para quem está sofrendo com a perda do olfato, a solução depende da causa. As recomendações da medicina tradicional passam pelo uso de sprays corticóides, anti-histamínicos e até cirurgias, a depender do caso.
A medicina alternativa também conta com suas indicações. Diversos estudos demonstram que, para certos pacientes que sofrem de anosmia, treinar o olfato com óleos essenciais como os de hortelã-pimenta, patchouli, rosa, eucalipto e cravo, é capaz de restabelecer a percepção de aromas.
Para André, a importância disso tudo é destacar o valor do olfato: “Se trata de um sentido muito importante para nosso bem estar. Ele é muito importante e está subjugado. Então eu oriento que todas as pessoas estimulem o seu olfato. Seja com uma flor na rua, seja com um tempero. Procurem sentir os cheiros naturais. Não percam essa conexão” conclui.
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